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Em 2025, o cen¨¢rio global dos esports est¨¢ passando por mudan?as r¨¢pidas, com o Sudeste Asi¨¢tico no centro desse movimento. Empresas de alto n¨ªvel enfrentam decis?es cruciais que podem definir seu futuro em um mercado cada vez mais competitivo, ¨¤ medida que o setor se profissionaliza, cresce e se globaliza.
O Esports World Cup 2025, a segunda edi??o do evento mais ambicioso do mundo envolvendo m¨²ltiplos t¨ªtulos, ¨¦ o palco ideal para acompanhar essa evolu??o. Ali, as organiza??es precisam mostrar n?o apenas habilidade, mas tamb¨¦m vis?o, estrutura e perseveran?a; o evento vai muito al¨¦m de um simples torneio.
Embora o Sudeste Asi¨¢tico seja uma das regi?es mais din?micas e competitivas do cen¨¢rio mundial de esports, novos competidores est?o surgindo; mercados emergentes ¡ª especialmente a ?ndia ¡ª est?o se abrindo, e os modelos tradicionais de esports est?o sendo desafiados pelas mudan?as nas estrat¨¦gias das publishers e nas expectativas dos jogadores.
No in¨ªcio da SiGMA ?sia, em Manila, conversamos com Tryke Gutierrez, co-propriet¨¢rio da Blacklist International, sediada nas Filipinas. Ele compartilhou insights raros sobre os desafios de competir em m¨²ltiplas frentes, as dif¨ªceis decis?es por tr¨¢s da escolha de focar em menos frentes, e as press?es para manter a integridade em um setor ainda em luta com a regula??o. Gutierrez tamb¨¦m deu pistas sobre o plano da empresa de entrar no mercado indiano de esports em breve. A seguir, trechos dessa conversa exclusiva.
SiGMA: O Esports World Cup 2025 conta apenas com organiza??es de elite. Como a Blacklist pretende competir sem se desgastar demais? Voc¨ºs n?o se preocupam com o risco de esgotamento de jogadores e equipe?
Tryke Gutierrez, co-propriet¨¢rio da Blacklist International: Acho que aprendemos muito com nossa experi¨ºncia do ano passado, quando fomos uma das primeiras 30 organiza??es no Esports World Cup. Competimos em Apex, StarCraft, Tekken, Dota 2 e Honour of Kings. O que aprendemos ¨¦ que ¨¦ muito dif¨ªcil competir em v¨¢rios t¨ªtulos e em v¨¢rias regi?es ao mesmo tempo, especialmente em um campeonato desse n¨ªvel.
Os calend¨¢rios diferentes, os processos de recrutamento para cada time e as ligas s?o complicados de gerenciar. Foi uma experi¨ºncia ¨®tima, mas n?o conseguir alcan?ar o que planejamos nos ensinou uma li??o valiosa: a import?ncia de focar. Para vencer um campeonato mundial no Esports World Cup, voc¨º precisa de um certo n¨ªvel de recursos, e ainda n?o estamos nesse patamar. Por isso, temos que escolher nossas batalhas, e neste ano optamos por focar em Mobile Legends e Honour of Kings.
Em 2025, estamos revendo nossa estrat¨¦gia em esports. Por isso, focamos apenas nesses dois jogos, porque realmente acreditamos neles. Mas em 2026, planejamos voltar com tudo com a Blacklist International.
SiGMA: O cen¨¢rio de esports no Sudeste Asi¨¢tico est¨¢ mais competitivo e disputado do que nunca. O que te faz confiar que a Blacklist vai continuar dominante mesmo com tantos rivais surgindo?
Gutierrez: Ainda acredito que somos o melhor destino para jogadores no Sudeste Asi¨¢tico. Talvez n?o paguemos os maiores sal¨¢rios, mas oferecemos uma cultura vencedora. Para todo jogo em que a Blacklist est¨¢ envolvida, estamos sempre pelo menos entre os 8 melhores, com v¨¢rios campeonatos e t¨ªtulos conquistados. Esse sucesso vem da forma como cuidamos dos nossos jogadores, dando todo o suporte para que possam focar nas competi??es. E, ao mesmo tempo, n?o toleramos maus h¨¢bitos que, ¨¤s vezes, v¨ºm de organiza??es anteriores. Voc¨º ¨¦ aquilo que recompensa e pune. Na Blacklist, criamos uma cultura de vit¨®rias.
SiGMA: A Blacklist participou do Programa de Apoio a Clubes do Esports World Cup em 2024, mas n?o est¨¢ listada para 2025. Onde voc¨º acha que voc¨ºs falharam?
Gutierrez: Para 2025, foi uma decis?o estrat¨¦gica. Atualmente, a Tier 1 Entertainment est¨¢ investindo em festivais de m¨²sica e outros eventos, como conven??es. Como CEO, ¨¦ preciso observar as tend¨ºncias globais, e sinto que 2025 ser¨¢ um ano de aprendizado. Os esports existem h¨¢ bastante tempo e devem continuar, mas o modelo de neg¨®cio est¨¢ mudando. Publishers que antes exigiam pagamentos agora oferecem subs¨ªdios.
Com essa corre??o de mercado acontecendo entre publishers e equipes, minha estrat¨¦gia ¨¦ recuar, reposicionar, esperar o mercado se ajustar e ent?o voltar. Acredito que em 2026 o cen¨¢rio ser¨¢ diferente.
SiGMA: O mercado de esports da ?ndia est¨¢ em expans?o. A Blacklist planeja entrar no mercado indiano?
Gutierrez: A ?ndia ¨¦ muito especial para mim, tenho muitos amigos indianos. J¨¢ visitei Hyderabad, conheci v¨¢rios influenciadores do pa¨ªs. J¨¢ participei da India Game Developer Conference (IGDC) e do Dreamhack India, e acho esse mercado muito empolgante, especialmente pelo engajamento dos f?s. Se formos entrar no mercado, provavelmente ser¨¢ com um jogo mobile de tiro.
SiGMA: Os esports enfrentam problemas como regras inconsistentes, doping e falta de transpar¨ºncia. Para alcan?ar legitimidade no n¨ªvel ol¨ªmpico at¨¦ 2027, quais mudan?as dif¨ªceis, talvez impopulares, o setor precisa aceitar?
Gutierrez: Precisamos ser mais rigorosos com as regulamenta??es e muito cuidadosos com quest?es como doping, trapa?as e manipula??o de resultados, pois isso pode destruir um esporte. Embora existam muitas vari¨¢veis a considerar, devemos focar em regulamentar esses aspectos para proteger a integridade da modalidade. Os esports cresceram muito, e esse crescimento exige regras r¨ªgidas. Como uma das maiores institui??es do setor, apoio totalmente essas regulamenta??es necess¨¢rias.
SiGMA: Com o crescimento das apostas em esports, o risco de manipula??o de partidas aumenta. A Blacklist est¨¢ preparada para ser transparente e respons¨¢vel, ou o setor ainda evita conversas dif¨ªceis sobre regula??o e integridade?
Gutierrez: Durante o processo de integra??o dos jogadores, eu mesmo participo, n?o deixo s¨® o time de esports cuidar disso. Sempre digo que voc¨º pode perder jogos que deveria ganhar, ou faltar a um ou dois treinos, mas se eu descobrir que voc¨º vendeu um jogo, est¨¢ fora, mesmo que seja o melhor jogador. Nossa integridade est¨¢ em jogo com o nosso produto no mercado.
Por exemplo, nosso time de Honour of Kings terminou com 14 vit¨®rias e 0 derrotas na PKL, e vamos competir novamente neste fim de semana. Temos orgulho da nossa cultura vencedora e queremos entregar o melhor espet¨¢culo poss¨ªvel para nossos f?s. Como CEO, vou garantir que nunca vamos decepcion¨¢-los permitindo que um jogador da Blacklist venda uma partida. Podemos n?o ganhar sempre, mas isso nunca vai acontecer.
SiGMA: A Blacklist depende bastante de Mobile Legends. H¨¢ planos futuros para a organiza??o al¨¦m desse t¨ªtulo?
Gutierrez: Honour of Kings ¨¦ muito importante para n¨®s, e vemos muito potencial nele. Tamb¨¦m me interesso pelo PUBG Mobile, porque sei que ¨¦ muito forte l¨¢. Valorant ¨¦ outro jogo que queremos explorar, mesmo sem experi¨ºncia anterior. S?o alguns dos jogos mais empolgantes que j¨¢ vi at¨¦ agora.
SiGMA: Muitas equipes do Sudeste Asi¨¢tico investem em acampamentos internacionais e expans?o. Por que a Blacklist n?o seguiu esse caminho?
Gutierrez: ? uma quest?o econ?mica, n¨¦? Moro nas Filipinas, onde as coisas s?o mais acess¨ªveis. Quando t¨ªnhamos um time de Apex Legends, eles ficavam na Su¨¦cia. Quero que os jogadores estejam no ambiente onde se sentem em casa, para poderem passar tempo com suas fam¨ªlias. Acredito que esse equil¨ªbrio ¨¦ fundamental para manter a sa¨²de mental e competir bem.