Vício em jogos de azar: entenda os riscos e como se prevenir

Júlia Moura
Escrito por Júlia Moura

Quando se fala em jogos de azar, muita gente pensa logo em diversão, adrenalina e, claro, a chance de ganhar dinheiro. E tudo bem, tudo isso é muito positivo, jogar é uma excelente forma de entretenimento. Mas a gente também precisa falar sobre o outro lado dessa moeda: o vício. Isso porque, quando o jogo deixa de ser uma brincadeira e começa a dominar a vida do jogador, os problemas aparecem, e não são poucos. 

O vício em jogos de azar é mais comum do que se imagina. Ele pode afetar qualquer pessoa, de qualquer idade, e não tem a ver com falta de força de vontade. Trata-se de um transtorno reconhecido pela e classificado como um tipo de vício comportamental. Ou seja, assim como acontece com álcool ou drogas, o cérebro começa a buscar a sensação de prazer que o jogo traz, e quanto mais se joga, maior é a vontade de continuar, mesmo que os prejuízos estejam batendo à porta, tanto financeiros quanto familiares e psicológicos. 

E esses prejuízos podem ser sérios: perda de dinheiro, dívidas, problemas no trabalho, brigas familiares, ansiedade e depressão. O pior é que muitos só percebem quando a situação já está fora de controle. Por isso, é tão importante falar de prevenção — e quanto antes, melhor. 

Mas como saber se o jogo está deixando de ser saudável? Alguns sinais servem de alerta. Por exemplo: a pessoa começa a jogar por mais tempo do que gostaria, tenta parar e não consegue, mente sobre o quanto gasta, ou começa a jogar pra fugir de problemas. Outro sinal clássico é quando a pessoa tenta recuperar o que perdeu, apostando ainda mais — o famoso “perseguir prejuízo”. 

Como prevenir o vício 

Prevenir o vício em jogos de azar começa com o básico: autoconhecimento e limites. Saber o motivo pelo qual você joga já é um bom começo. É por diversão? Ok. Mas se for por tédio, solidão ou estresse, já vale acender uma luz amarela. Além disso, estabelecer limites de tempo e de dinheiro antes de começar a jogar é essencial — e mais importante ainda é respeitá-los. 

Hoje em dia, várias plataformas sérias de iGaming já oferecem ferramentas de jogo responsável e regulamentadas, seguindo as regras impostas pelo governo. Dá para configurar limites de depósito, tempo de sessão e até pausas forçadas. Tem também as opções de autoexclusão, onde você pode bloquear o acesso por um período determinado caso sinta que precisa dar um tempo. Também é usado inteligência artificial para identificar comportamentos suspeitos — como apostas em excesso ou mudanças bruscas nos hábitos de jogo — e enviar alertas para o jogador ou até oferecer suporte. 

Outra forma de se proteger é se informar. Quanto mais você entende como funcionam os jogos, menores são as chances de cair em armadilhas. Por exemplo, saber que o cassino sempre tem uma vantagem matemática pode ajudar a manter os pés no chão. Não existe estratégia infalível pra ganhar em jogos de azar — e acreditar nisso é o primeiro passo rumo ao problema. 

Falar com outras pessoas também ajuda. Pode ser um amigo, alguém da família ou até um profissional. Existem grupos de apoio e instituições especializadas que oferecem ajuda gratuita para quem está enfrentando esse tipo de dificuldade. E quanto antes a pessoa buscar ajuda, maiores são as chances de retomar o controle. 

A indústria de iGaming também tem responsabilidade nessa história. É importante que as empresas ofereçam um ambiente seguro e transparente, com informações claras sobre os riscos do jogo e suporte acessível. Campanhas educativas, treinamentos com equipes de atendimento e parcerias com instituições de saúde mental são medidas que mostram que a operadora se importa com o bem-estar do jogador. 

No fim das contas, o jogo deve ser leve, divertido e equilibrado. E todo mundo pode — e deve — se divertir, desde que com consciência. Vício em jogos de azar é um problema sério, mas que pode ser prevenido com informação, cuidado e apoio. Jogue com responsabilidade. Curta a experiência, mas não deixe que ela controle sua vida.