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À medida que a América Latina se consolida como um polo estratégico para o setor de iGaming, o Brasil se destaca como um mercado ao mesmo tempo promissor e desafiador. Em uma entrevista exclusiva, Felipe Pastenes, CEO da Miela, compartilha sua visão estratégica sobre como navegar nesse cenário dinâmico — abordando escalabilidade operacional, regulamentações em evolução e o papel crucial do jogo responsável.
Segundo Pastenes, o mercado latino-americano — especialmente o brasileiro — apresenta uma dualidade particular: grandes volumes de tráfego combinados a um gasto médio por jogador significativamente mais baixo. Essa realidade, distinta dos mercados mais maduros da Europa ou América do Norte, exige uma mudança de foco operacional.
“É preciso aprender a automatizar o tráfego e gerenciar o alto volume de forma eficiente”, explica. “A estratégia não pode ser individualizada. É necessário adotar soluções automatizadas, escaláveis e que tragam retorno mensurável.”
Essa abordagem obriga os operadores a otimizar os mecanismos de aquisição e retenção de usuários, mantendo os custos sob controle mesmo em segmentos de menor retorno.
A posição cada vez mais clara do governo brasileiro em relação à regulamentação do iGaming representa tanto uma oportunidade quanto um desafio. Pastenes reconhece que o avanço regulatório é positivo para a legitimidade do setor, mas também adiciona camadas de complexidade operacional.
“A conformidade precisa evoluir, mas também é essencial demonstrarmos o valor econômico e social dessa indústria”, afirma. Para ele, regulações excessivamente rígidas podem inibir a inovação e afastar investidores estrangeiros, dificultando o crescimento.
O caminho ideal, segundo Pastenes, está no equilíbrio: “Mostrar o potencial do setor para gerar empregos, arrecadação fiscal e entretenimento responsável pode incentivar políticas regulatórias mais favoráveis.”
Para Pastenes, o jogo responsável não é uma limitação, mas sim um pilar essencial para o crescimento sustentável. “O jogo deve ser visto como uma forma de entretenimento, voltado para adultos com renda disponível”, destaca.
Ele enfatiza a importância da segmentação clara nas campanhas publicitárias e do direcionamento rigoroso ao público-alvo. “A receita de curto prazo pode até cair, mas a sustentabilidade e a confiança na marca crescem no longo prazo. Esse é o preço a se pagar para construir uma indústria madura e com credibilidade.”
Com a concorrência acirrada e as preferências do usuário cada vez mais diversas, o conhecimento local se torna indispensável. Para Pastenes, que atua diretamente no mercado, as parcerias com players locais são fundamentais.
“Quando o capital estrangeiro entra no Brasil, ele precisa de alguém que compreenda as nuances da região”, afirma. “Cada país da América Latina opera de forma diferente. O que funciona em um, pode fracassar em outro.”
Mais do que alinhamento estratégico, essas parcerias também contribuem para a geração de empregos e estímulo à economia, fortalecendo ainda mais a importância da integração local do setor.
Felipe Pastenes oferece uma análise pragmática, mas otimista, sobre os caminhos do iGaming no Brasil. Sua mensagem é clara: para ter sucesso neste mercado, é preciso apostar na automação, defender uma regulamentação equilibrada, promover práticas responsáveis e contar com o conhecimento de quem vive a realidade local. O percurso é desafiador, mas viável para quem estiver preparado com a estratégia certa.