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A CPI das Bets, criada para investigar irregularidades no mercado de apostas esportivas no Brasil, ganhou tem ganhado muita audiência nas últimas semanas. A relatora da comissão, , afirmou que pode recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF) caso o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), se recuse a prorrogar novamente o prazo de funcionamento da comissão.
Originalmente, a CPI terminaria em 30 de abril, mas já teve uma primeira prorrogação de 45 dias, o que levou os trabalhos até o dia 14 de junho. Ainda assim, Thronicke considera esse prazo insuficiente para concluir as apurações e apresentar um relatório completo. Segundo ela, 29 senadores apoiam o pedido de extensão, número que representa mais de um terço da Casa. Para a relatora, é uma demanda legítima e democrática.
“A intenção é entregar um trabalho digno. Não é possível negar a vontade de mais de um terço da Casa”, disse a senadora em entrevista à Carta Capital. Ela também destacou que o país precisa de um marco legal mais forte para lidar com os efeitos das apostas online, especialmente entre a população mais jovens.
A CPI ganhou uma gigante repercussão em todo o país após a convocação de diversos influenciadores digitais e celebridades que promovem ou têm vínculo com empresas de apostas. Entre os nomes que já prestaram depoimento ou que estão na lista para os próximos dias, estão figuras como Gusttavo Lima, Gkay, Tirulipa, Jojo Todynho, Wesley Safadão, Virgínia Fonseca e Deolane Bezerra.
Esses nomes aparecem em diferentes categorias de convocação: alguns como testemunhas, o que obriga o comparecimento; outros como investigados, com presença opcional; e ainda há os convidados, que podem ou não aceitar o convite. A convocação dessas figuras públicas é uma tentativa da CPI de entender como o marketing digital tem sido usado para alavancar plataformas de jogos de azar, muitas vezes sem regulamentação adequada.
Deolane Bezerra, por exemplo, foi convocada como testemunha e teve a presença exigida. Ela e sua mãe foram presas em 2024 durante a Operação Integration, que investigava lavagem de dinheiro e envolvimento com jogos ilegais. Outros ex-BBBs como Rodrigo Mussi, Felipe Prior e Viih Tube também entraram na investigação da CPI por contratos com casas de apostas.
A preocupação dos parlamentares é que muitos desses influenciadores têm um público jovem e acabam normalizando o acesso às apostas como uma forma rápida de ganhar dinheiro, ignorando os riscos de vício, endividamento e até de envolvimento com plataformas ilegais.
De acordo com o senador Eduardo Girão (Novo-CE), um dos integrantes mais atuantes da comissão e representante da bancada evangélica, apenas metade dos mais de 400 requerimentos apresentados até agora foi analisada. Girão denuncia um suposto “boicote” aos trabalhos da CPI, com obstáculos para avançar nas convocações e nos pedidos de quebra de sigilo.
A comissão aprovou 18 convocações e convites nas últimas semanas, mas o cronograma dos depoimentos depende do presidente da CPI, senador Hiran Gonçalves (PP-RR), que ainda não definiu o calendário completo até o fim do prazo atual.
Enquanto isso, a senadora Soraya Thronicke já trabalha na redação do relatório final. A expectativa é que o texto traga propostas legislativas para combater o vício em apostas, além de responsabilizar influenciadores que promoveram casas de apostas de maneira enganosa ou sem informar os riscos envolvidos.
Além das investigações, a CPI pretende apresentar medidas específicas para regular melhor o setor e proteger os consumidores. Entre as ideias discutidas estão:
O setor de apostas no Brasil tem crescido de forma impressionante nos últimos anos, principalmente depois da legalização das bets em 2018. É estimado que o mercado de jogos movimente dezenas de bilhões de reais por ano, com uma forte presença de empresas estrangeiras que operam a partir de sites e aplicativos no país.
A ausência de uma regulamentação mais rígida tem deixado espaço para que o jogo ilegal possa atuar livremente, principalmente no uso de celebridades para promover apostas sem transparência sobre os riscos. Por isso, os parlamentares acreditam que o trabalho da CPI pode ser um passo importe para equilibrar o mercado e proteger a população consumidora.
Se a comissão conseguir mais tempo para a continuação da CPI, novos depoimentos terão a chance de ampliar o escopo da investigação e aprofundar a responsabilização de empresas, influenciadores e agentes públicos envolvidos com o setor.