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O SBC Summit Rio reuniu especialistas do setor de apostas para debater os desafios da transição para um mercado regulado no Brasil. O painel contou com a participação de Rafael Marchetti Marcondes, Chief Legal Officer do Rei do Pitaco, Marcos Sabiá, CEO da Galera.Bet, e Murilo Lima, LATAM Partnerships Director da OneFootball. Entre os principais temas discutidos estavam a migração de operadores para a regulamentação oficial, os impactos das novas regras sobre os jogadores e as estratégias para mitigar a concorrência de plataformas ilegais. Todos os temas abordados neste artigo são comentários dos palestrantes durante o painel e suas opiniões.
A transição de operadores do mercado offshore para o ambiente regulado se mostrou ser um pouco desafiador. Empresas de fantasy sports, por exemplo, precisam se adaptar a um novo modelo de apostas esportivas, lidando com exigências regulatórias e aprimorando a comunicação com os clientes para garantir uma transição mais suave.
A dinâmica de acesso dos jogadores também sofreu mudanças importantes, com a implementação de processos mais rigorosos de verificação, como reconhecimento facial e envio de documentos, semelhantes aos exigidos por instituições bancárias. Essa nova realidade impacta diretamente a experiência do usuário e desafia os operadores a criarem processos mais eficientes e menos burocráticos.
A regulamentação trouxe grandes impactos na publicidade e na promoção de bônus, elementos essenciais para a aquisição e retenção de jogadores. Com a proibição dos bônus promocionais, os operadores precisaram buscar novas estratégias para atrair clientes, investindo mais em odds diferenciadas e apostas combinadas.
O mercado também enfrentou um período difícil no início de 2025, levando a uma queda nos investimentos publicitários, especialmente por parte de empresas mais conservadoras. Com a regularização mais estabelecida, houve um reaquecimento das campanhas e um retorno gradual da confiança dos anunciantes.
Um dos pontos mais críticos levantados foi a concorrência desleal com operadores não regulamentados. A falta de fiscalização efetiva permitiu que muitos sites ilegais continuassem operando, muitas vezes espelhando domínios para burlar os bloqueios. Dados apontam que aproximadamente 40% do mercado ainda opera de forma clandestina, prejudicando a arrecadação de impostos e a segurança dos jogadores.
Foram discutidas medidas mais rigorosas para coibir essas práticas, como o bloqueio de pagamentos via Banco Central e uma fiscalização mais eficiente dos fluxos financeiros. A adoção de tecnologias de monitoramento para identificar transações suspeitas em estabelecimentos fictícios foi apontada pelos palestrantes como uma possível solução para identificar os cassinos ilegais.
Uma sugestão foi condicionar a presença de aplicativos de apostas nas lojas digitais à comprovação de licença. Como a tendência global aponta para um aumento da preferência por apostas via aplicativos, restringir o acesso a operadores regulamentados poderia reduzir significativamente a presença de empresas ilegais.
Nos Estados Unidos, por exemplo, cerca de 90% dos jogadores utilizam apps para apostar, e replicar esse modelo no Brasil poderia ser eficiente para consolidar o mercado regulado sem a necessidade de grandes investimentos em fiscalização digital.
O combate à ludopatia no Brasil precisa ir além de medidas superficiais. A falta de controle sobre o acesso de menores às apostas é um problema crítico, e é fundamental que haja uma unificação do setor para abordar questões essenciais como a imagem do mercado frente à opinião pública, a legalização e a agenda tributária. Caso contrário, o Brasil pode enfrentar uma debandada de operadores, tornando o mercado inviável.
As restrições sobre bônus e incentivos já começam a impactar o comportamento dos apostadores. Antes, havia uma migração constante entre casas de apostas em busca de melhores ofertas, mas a tendência é que os consumidores busquem plataformas que ofereçam produtos diferenciados e um ambiente mais confiável.
Com o tempo, os apostadores tenderão a valorizar mais as condições de jogo, como odds especiais e ofertas estratégicas, em vez de apenas bônus de cadastro. Isso poderá levar a uma maior fidelização dos clientes a casas de apostas mais bem estruturadas.
Os palestrantes comentaram que, para que o setor de apostas no Brasil se fortaleça, é essencial um discurso unificado. A interação com órgãos reguladores precisa ser construtiva, buscando equilíbrio entre exigências legais e a viabilidade do mercado. A regulamentação do mercado de apostas no Brasil deve ser uma construção coletiva, que envolve empresas, governo e sociedade civil. Pequenas medidas, quando implementadas em conjunto, podem garantir um setor mais sólido, seguro e rentável para todos os envolvidos.
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