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México lança sorteio milionário para ajudar imigrantes nos EUA

Júlia Moura
Escrito por Júlia Moura

Como uma forma de reação contra as novas pressões contra imigrantes nos Estados Unidos desde o retorno de Donald Trump à presidência, o governo mexicano decidiu agir de forma criativa e solidária. A presidente Claudia Sheinbaum anunciou, na última sexta-feira (25), um sorteio especial da Loteria Nacional com um prêmio de cerca de R$ 126 milhões. O objetivo é arrecadar recursos para apoiar os mexicanos que vivem no exterior, especialmente em território americano, onde a situação tem se tornado cada vez mais difícil.

O sorteio está marcado para o dia 15 de setembro, a data que marca o início da luta pela independência do país. Mas esse ano, segundo Sheinbaum, a comemoração terá um novo significado. Será uma homenagem aos “irmãos migrantes”, como ela mesma destacou, em uma tentativa de reconhecer a importância da comunidade mexicana que vive fora do país.

Os bilhetes da loteria foram pensados para simbolizar essa conexão emocional e cultural. Eles trazem a imagem de um coração cercado por espigas de milho e folhas de maguey — planta típica do México — junto com a frase “México com M de migrante”.

A escolha de fazer um sorteio para levantar fundos reflete uma tradição forte no México. A Loteria Nacional tem mais de dois séculos de história e, ao longo dos anos, já foi usada para financiar hospitais, projetos sociais e outras diferentes causas.

Sheinbaum explicou que o dinheiro arrecadado com o sorteio (tirando o valor pago aos ganhadores, claro) será totalmente destinado a reforçar o trabalho dos consulados mexicanos nos Estados Unidos. A ideia é ampliar o atendimento, oferecer suporte jurídico e emocional, e garantir mais estrutura para quem enfrenta dificuldades em outro país.

O sorteio especial da Lotenal promete movimentar o país nas próximas semanas. Ainda não foram divulgados todos os detalhes sobre como os bilhetes serão vendidos ou quais os prêmios individuais. Mas a expectativa é alta — tanto pelo valor envolvido quanto pela causa.

A volta das restrições migratórias nos EUA

O cenário nos Estados Unidos mudou bastante desde que Donald Trump reassumiu a presidência em janeiro desse ano. O assunto contra imigrantes voltou a dominar o discurso político, e as ações das autoridades migratórias se intensificaram em várias cidades — principalmente onde há grandes comunidades mexicanas, como Los Angeles, Houston e Nova York.

Desde o início do novo governo, é estimado que cerca de 75 mil mexicanos tenham decidido deixar os EUA e retornar voluntariamente ao México. Muitos ainda receiam a prisão, deportações e a separação de suas famílias. Esse movimento de “retorno forçado” aumentou o debate sobre os direitos dos migrantes e o papel dos governos latino-americanos em protegê-los.

Assim como os mexicanos, os brasileiros também representam uma enorme comunidade nos Estados Unidos. Aproximadamente mais de 1,9 milhão de brasileiros vivem atualmente em solo americano, com destaque para estados como Flórida, Massachusetts, Nova York e Califórnia. Muitos buscam melhores condições de vida, oportunidades de trabalho, educação e segurança.

Nos últimos anos, o aumento de brasileiros cruzando a fronteira sul dos EUA — muitas vezes por rotas arriscadas — chamou a atenção dos governos americanos e brasileiros. Em 2023, mais de 40 mil brasileiros foram detidos na fronteira, segundo dados da U.S. Customs and Border Protection. Apesar de tudo isso, muitos imigrantes brasileiros contribuem ativamente para a economia local, ocupando postos no comércio, construção civil, serviços de limpeza e empreendendo em pequenas empresas.

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