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Nos últimos três anos, o Brasil viveu um crescimento gigantesco no número de ações judiciais movidas contra casas de apostas. De acordo com um levantamento da Predictus, plataforma especializada em análise de dados judiciais, desde 2022 foram protocolados 1.156 processos contra empresas do setor. O aumento pode causar preocupação: de apenas 21 ações em 2022, o número pulou para 554 nos primeiros meses de 2025, o que significa um crescimento de 2.538%.
Os estados com maior número de processos são São Paulo (291), Rio de Janeiro (167), Bahia (125) e Minas Gerais (119), concentrando juntos 60% das ações. A Bahia, especificamente, chama a atenção por seu alto volume de processos, mesmo com uma população menor que a de Minas Gerais, então podemos considerar que sua população é mais propensa às apostas.
A Bahia é um dos estados com maior envolvimento da população em apostas esportivas. Segundo uma pesquisa de 2024, 14% dos baianos participaram de apostas online no último mês, superando a média nacional de 12%.
As reclamações mais frequentes envolvem o não pagamento de prêmios e o não cumprimento de saques por parte das plataformas de apostas. Em muitos casos, os apostadores alegam que, depois de vencerem uma aposta, não conseguem resgatar os valores disponíveis na conta. Já as casas de apostas justificam a acusação com base em supostas violações dos termos de uso por parte dos usuários.
Do total de processos abertos desde 2022, cerca de 80% ainda estão em andamento. Entre os 103 casos já julgados, 55% foram considerados improcedentes, resultando em derrota para os consumidores, enquanto 45% tiveram decisões favoráveis aos apostadores, seja de forma parcial ou total. Outros 3% dos casos foram encerrados por meio de acordos entre as partes.
O crescimento das apostas online no Brasil trouxe muita arrecadação para o governo federal, mas também trouxe preocupações quanto ao impacto social e econômico que tem causado durante esse período. Um relatório do Banco Central revelou que cerca de 20% da massa salarial do país é destinada a apostas, e que ¼ dos empregados formais participou de apostas no último ano. Outro dado preocupante é que 5 milhões de beneficiários do programa Bolsa Família utilizaram recursos do auxílio para apostas, o que chegou a uma movimentação de quase US$ 500 milhões.
Pensando em estratégias para evitar que a sociedade seja afetada ainda mais negativamente, o governo brasileiro aumentou as ações de fiscalização. Em 2024, foi criada a , responsável por regulamentar e monitorar o setor. Também foram criadas medidas rígidas, como o bloqueio de sites ilegais e a proibição de publicidade por parte de operadoras não licenciadas.
Toda essa preocupação com o setor levou à instauração da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Bets, em novembro de 2024. A comissão tem como objetivo investigar a influência das apostas online no orçamento das famílias brasileiras, possíveis vínculos com organizações criminosas e o uso de influenciadores digitais na promoção dessas plataformas.
Paralelamente, a Operação Integration, deflagrada pela Polícia Federal em setembro de 2024, revelou esquemas de lavagem de dinheiro envolvendo casas de apostas, empresários e celebridades. A operação resultou no bloqueio de quase R$ 3 bilhões em ativos financeiros e na prisão de diversas pessoas ligadas ao setor.