Domin?ncia das apostas esportivas na m¨ªdia brasileira

Lea Hogg
Escrito por Lea Hogg

Esta semana, o examinou os efeitos do boom das apostas esportivas no Brasil. Plataformas de apostas esportivas e sites de not¨ªcias tornaram-se dominantes na m¨ªdia brasileira. Da televis?o aberta ¨¤s redes sociais, ¨¦ imposs¨ªvel passar um dia sem ver um an¨²ncio de uma das v¨¢rias empresas que operam no pa¨ªs.

Na semana passada, 108 empresas (algumas com m¨²ltiplas aplica??es) solicitaram ao Minist¨¦rio da Fazenda a autoriza??o oficial para come?ar a operar suas marcas no Brasil em 2025. As apostas esportivas e outros tipos de plataformas de jogos on-line foram legalizadas em 2018, mas a partir de janeiro, apenas aquelas que cumprirem as novas regulamenta??es poder?o continuar operando. Se todas forem autorizadas, o governo arrecadar¨¢ at¨¦ BRL 3,4 bilh?es (US$ 620 milh?es) em concess?es apenas este ano. Mais empresas devem se juntar a essa lista nos pr¨®ximos seis meses, quando ocorrer¨¢ um novo lote de an¨¢lises.

O explica que todos os que receberem sinal verde ter?o que promover campanhas sobre apostas respons¨¢veis e medidas preventivas para evitar o v¨ªcio em jogos. Os efeitos adversos da atividade, no entanto, parecem estar rapidamente saindo de controle. Estudos recentes encomendados por varejistas e diferentes pesquisas com jogadores pintam um quadro preocupante que est¨¢ longe de ser abordado pelas regulamenta??es em implementa??o.

Uma pesquisa com mais de 2.000 jogadores realizada este m¨ºs pelo Instituto Locomotiva mostrou que quase metade (46%) tem entre 19 e 29 anos, e 34% pertencem a fam¨ªlias com renda mensal de at¨¦ BRL 13.000 (ou USD 2.400). Apenas 25% t¨ºm rendimentos mais altos, o que significa que usu¨¢rios de baixa renda s?o predominantes nas plataformas de apostas esportivas. Pior ainda, um ter?o dos apostadores est¨¢ endividado e com o cr¨¦dito comprometido. Mesmo assim, 37% possuem tr¨ºs cart?es de cr¨¦dito, o m¨¦todo de pagamento mais amplamente utilizado nas plataformas de apostas.

Custos ocultos da febre das apostas no Brasil

Em julho, outra pesquisa com mais de 1.300 pessoas, encomendada por uma grande associa??o de varejistas brasileiros, sugeriu que 63% tiveram sua renda comprometida por perdas em apostas, e 23% disseram ter deixado de comprar roupas para apostar. At¨¦ mesmo o varejo aliment¨ªcio pode ter sido impactado pela febre das apostas no Brasil, com 19% dos entrevistados dizendo que deixaram de fazer uma compra no supermercado para apostar. Al¨¦m disso, 11% dos entrevistados afirmaram ter deixado de adquirir um servi?o de sa¨²de ou medicamento por priorizar apostas.

O The Brazilian Report destaca que, enquanto o governo deve se beneficiar financeiramente da regulamenta??o das apostas esportivas, os custos sociais est?o se tornando cada vez mais evidentes. A preval¨ºncia de an¨²ncios de apostas e a facilidade de acesso ¨¤s plataformas de apostas contribu¨ªram para um aumento no v¨ªcio em jogos, particularmente entre jovens adultos e fam¨ªlias de baixa renda. As novas regulamenta??es exigem que as empresas promovam apostas respons¨¢veis, mas ainda n?o se sabe qu?o eficazes ser?o essas medidas na mitiga??o dos impactos negativos.

O relat¨®rio tamb¨¦m foca na necessidade de estrat¨¦gias abrangentes para abordar os efeitos adversos das apostas esportivas. Isso inclui n?o apenas medidas regulat¨®rias, mas tamb¨¦m campanhas de conscientiza??o p¨²blica e sistemas de apoio para aqueles afetados pelo v¨ªcio em jogos. ? medida que a ind¨²stria continua a crescer, ¨¦ crucial que o governo e as partes interessadas trabalhem juntos para garantir que os benef¨ªcios n?o venham ¨¤ custa das popula??es mais vulner¨¢veis.

Embora o boom das apostas esportivas no Brasil apresente oportunidades econ?micas significativas, tamb¨¦m traz s¨¦rios desafios sociais. O The Brazilian Report pede uma abordagem equilibrada que maximize os benef¨ªcios ao mesmo tempo em que minimiza os danos associados a essa ind¨²stria em r¨¢pida expans?o.

A Confer¨ºncia SiGMA Leste Europeu, patrocinada pela Soft2Bet, acontecer¨¢ em Budapeste de 2 – 4 de setembro de 2024.