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A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) vai ter que dividir parte do dinheiro arrecadado com as apostas esportivas com clubes, jogadores e entidades organizadoras de campeonatos. A medida está prevista em uma nova lei que regulamenta o setor no Brasil e, mesmo que ainda não tenha entrado em prática, deve começar a valer já na próxima temporada.
A expectativa é de que cerca de R$ 264 milhões sejam repassados por ano, valor que pode crescer dependendo do desempenho do mercado de apostas no país. Esse dinheiro vem do uso de nomes, marcas, escudos e outros elementos dos clubes nas plataformas de apostas. Em outras palavras: se os times viraram parte do negócio, agora também vão participar dos lucros.
Tudo isso tem como base a nova regulamentação das apostas esportivas no Brasil, que finalmente começou a tomar forma depois de anos de discussão. O Banco Central estima que o volume total de apostas no país gira entre R$ 240 bilhões e R$ 360 bilhões por ano. É muito dinheiro.
Desse valor, algo em torno de 10% corresponde à chamada Gross Gaming Revenue (GGR), ou receita bruta das casas de apostas — ou seja, o que elas realmente ganham depois de pagarem os prêmios. Em 2025, essa receita pode chegar a R$ 33 bilhões.
Desse valor, 12% têm que ser distribuídos para diferentes áreas, como saúde, segurança e esporte. Dentro dessa fatia, 7,3% são reservados especificamente para pagar direitos de imagem aos clubes, confederações e atletas. Isso representa menos de 1% do total (0,786% para ser exato), mas mesmo assim equivale a R$ 264 milhões por ano.
A parte interessante (e desafiadora) é que cada campeonato vai poder definir como esse dinheiro será dividido. Isso significa que o Brasileirão, o Paulistão, o Carioca e outros torneios precisam incluir regras específicas nos seus regulamentos dizendo quem recebe o quê.
Uma portaria publicada no início do ano pela Secretaria de Prêmios e Apostas do Ministério da Fazenda exige exatamente isso: os organizadores têm que deixar claro como será feita a redistribuição dos valores arrecadados com apostas.
Por enquanto, a CBF ainda não incluiu essa regra nos regulamentos das competições de 2025, que já foram fechados. A previsão é que as novas diretrizes entrem em vigor em 2026.
O governo também abriu uma consulta pública para ouvir sugestões sobre como essa divisão deve ser feita. A ideia é que clubes, jogadores, federações e até mesmo as casas de apostas possam opinar.
Esse processo pode ajudar a criar um modelo mais justo, evitando que só os clubes grandes levem a maior parte do valor. Times menores também querem uma fatia, já que seus nomes e escudos também aparecem nas plataformas.
Com tanto dinheiro envolvido, especialistas estão de olho na transparência do processo. A preocupação é que os valores sejam realmente repassados de forma justa e que haja mecanismos de controle para evitar irregularidades.
Para o advogado esportivo Eduardo Carlezzo, ouvido pelo Globo Esporte, o novo cenário pode ser positivo, mas precisa de responsabilidade:
“O dinheiro das apostas tem potencial para transformar a estrutura do futebol nacional, mas é fundamental que haja planejamento e responsabilidade na destinação dos recursos.”
A partir de 2026, clubes, jogadores e entidades devem começar a receber oficialmente sua parte na arrecadação das apostas. Até lá, a CBF e outras federações vão precisar definir regras claras para essa distribuição.