Betano lidera no Google e apostas online ganham força no Brasil com 562 milhões de buscas

Júlia Moura
Escrito por Júlia Moura

O mercado de apostas esportivas no Brasil está crescendo rápido e chamando cada vez mais a atenção dos brasileiros. Entre janeiro e abril deste ano, os 37 sites de apostas que operam legalmente no Brasil somaram juntos mais de 562 milhões de buscas no Google. Os dados são do BNLData e foram levantados com a ajuda da ferramenta , que mostra o volume de pesquisas feitas no buscador. 

Esse número impressiona e mostra o interesse crescente do público pelas plataformas de apostas online. E, dentro desse universo, a Betano aparece disparada na frente, com 183,8 milhões de buscas, o que representa quase um terço de todas as pesquisas (32,7%). 

Na sequência, vêm a bet365, com 82,3 milhões de buscas (15,2%), e a Superbet, com 44,9 milhões (8,3%). Outras plataformas bem colocadas no ranking são a Betnacional (40,5 milhões), a 7Games (29,9 milhões) e a Sportingbet, também com 29,9 milhões. 

Top 10 sites de apostas mais buscados no Brasil (jan-abr/2025) 

Posição Plataforma Nº de buscas (milhões) Participação (%) 
1º Betano 183,8 32,7% 
2º bet365 82,3 15,2% 
3º Superbet 44,9 8,3% 
4º Betnacional 40,5 7,5% 
5º 7Games 29,9 5,5% 
6º Sportingbet 29,9 5,5% 
7º Blaze (estimado) 21,4 (estimado) 3,8% 
8º MrJack.bet (estimado) 17,2 (estimado) 3,1% 
9º Betfair (estimado) 15,6 (estimado) 2,8% 
10º Esportes da Sorte (estimado) 13,4 (estimado) 2,4% 

Obs.: estimativas complementares com base em tendências de busca e participação proporcional, não divulgadas no BNLData. 

Mercado concentrado 

Os dados revelam que poucas empresas dominam a atenção do público. Somando apenas as três primeiras colocadas – Betano, bet365 e Superbet – temos mais da metade de todas as buscas feitas no setor (57,5%). Quando se considera o top 10, essa participação sobe ainda mais, chegando a 86,8% de todo o volume pesquisado. 

Ou seja, enquanto algumas marcas são extremamente conhecidas e buscadas, muitas outras ainda têm um longo caminho para conquistar espaço. Das 37 casas de apostas analisadas, 19 têm menos de 1% de participação nas buscas, o que mostra como o mercado é competitivo e desafiador, principalmente para quem está começando agora. 

A força da marca e o desafio de se destacar 

As buscas no Google não dizem tudo, mas são um bom termômetro da popularidade de uma marca. Afinal, quando alguém vai direto ao Google procurar uma casa de apostas, isso geralmente significa que ela já está na cabeça do consumidor. 

Além disso, outro tipo de acesso muito importante nesse mercado é o tráfego direto – quando o usuário digita o nome do site no navegador sem passar pelo Google. Esse tipo de acesso mostra que o usuário já conhece bem a plataforma e volta a ela com frequência, o que indica uma base de clientes fiéis. Isso também favorece as grandes operadoras que já estão consolidadas. 

Para as casas menores, a situação é mais complicada. Elas precisam investir pesado em marketing, patrocínios e diferenciais para conseguir se destacar. E, com a nova regulamentação, as exigências para operar no Brasil ficaram ainda mais rigorosas. 

Novo cenário com regras mais claras 

Desde o começo de 2025, o Brasil passou a contar com uma regulamentação oficial para as apostas esportivas. A Lei nº 14.790/2023 trouxe regras mais claras para o setor, incluindo exigências para que as empresas tenham licença, sigam boas práticas de segurança, tenham sede no país e respeitem o consumidor. 

Entre os principais pontos da nova lei, está a exigência de que os sites operem com domínio “.bet.br”, o que facilita para o público identificar quais plataformas estão autorizadas. As casas de apostas também precisam manter canais de atendimento em português, aplicar medidas de jogo responsável e seguir limites em suas campanhas de marketing. 

Também ficou definido que os pagamentos devem ser feitos apenas via Pix ou boleto bancário. Estão proibidos os pagamentos por cartão de crédito, carteiras digitais e criptomoedas, o que ajuda a evitar golpes e dá mais segurança aos apostadores. 

Impostos e arrecadação 

Com a regulamentação, o governo passou a arrecadar de forma mais eficiente no setor de apostas online. As operadoras devem pagar 12% de imposto sobre o faturamento das apostas, além dos tributos normais como IRPJ, CSLL, PIS e COFINS. No total, a carga tributária pode ultrapassar 30% sobre o lucro da empresa. 

Recentemente, o governo federal aumentou as alíquotas do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) para arrecadar cerca de R$ 20,5 bilhões em 2025. Para compensar eventuais perdas com o IOF, membros do governo, como o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, sugeriram aumentar a tributação sobre as casas de apostas online. Estudos indicam que seria necessário tributar até 77% do faturamento das bets para atingir esse objetivo. 

Isso significa que, além de organizar o setor, o país passa a contar com uma nova fonte de renda vinda dessas operações. Parte do valor arrecadado será destinado a áreas como esporte, turismo, educação e saúde pública. 

Tributos aplicados às operadoras 

Tipo de tributo Alíquota / Observação 
Contribuição sobre Receita Bruta (GGR) 12% 
IRPJ + CSLL 34% sobre o lucro 
PIS + COFINS 9,25% sobre a receita bruta 
IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) Alíquota variável; aumentada em 2025 para arrecadar R$ 20,5 bilhões  
Total aproximado de carga tributária Pode ultrapassar 30% sobre o lucro da empresa 

Crescimento e preocupação com o vício 

O avanço das apostas online também traz preocupações. Com mais de 50 milhões de brasileiros apostando com frequência, surgem alertas sobre o uso excessivo dessas plataformas e os riscos de vício em jogos. Um dos pontos mais discutidos é o uso de benefícios sociais, como o Bolsa Família, para fazer apostas. Por isso, o governo estuda formas de restringir esse tipo de prática e proteger os mais vulneráveis.