?ustria: jogador ¨¦ ordenado a devolver ganhos para operador n?o licenciado

Garance Limouzy
Escrito por Garance Limouzy

O Supremo Tribunal da ?ustria ordenou que uma mulher devolva parte de seus ganhos a um operador de jogos de azar on-line n?o licenciado. De acordo com as rigorosas regulamenta??es de jogos de azar da ?ustria, tanto jogadores quanto operadores podem ser responsabilizados por participar de atividades de jogo n?o autorizadas.

A ?ustria opera um mercado de jogos altamente regulado e monopolizado. Qualquer outra plataforma de jogos que vise jogadores austr¨ªacos ¨¦ considerada ilegal.

Em 2021, uma decis?o do Supremo Tribunal declarou que contratos com operadores estrangeiros e n?o licenciados eram inv¨¢lidos, permitindo que os jogadores buscassem reembolsos por suas perdas.

Essa decis?o levou a in¨²meras a??es judiciais contra operadores estrangeiros como 888 (agora Evoke) e William Hill, com jogadores buscando recuperar dinheiro perdido enquanto jogavam nessas plataformas.

No entanto, a ¨²ltima decis?o introduz uma nova dimens?o nessas batalhas legais, permitindo que os operadores apresentem contrarreclama??es contra os jogadores.

O caso emblem¨¢tico: jogador vs. operador?

O caso recente envolveu uma mulher austr¨ªaca que ganhou € 7.162 de um operador sediado em Malta e n?o licenciado entre maio e julho de 2020.

De acordo com o jornal austr¨ªaco , a jogadora procurou recuperar suas perdas de jogo do cassino on-line Bet365. Em resposta, a Bet365 processou para recuperar aproximadamente € 7.000 em ganhos. Enquanto o Tribunal Distrital de Donaustadt inicialmente ficou ao lado da jogadora, o Supremo Tribunal reverteu esta decis?o, favorecendo a Bet365 e ordenando que a jogadora devolvesse € 626,60 para cobrir as despesas legais do operador.

Explicando o veredicto do tribunal?

O Supremo Tribunal decidiu que contratos com cassinos on-line ilegais s?o “totalmente nulos e sem efeito”, necessitando seu cancelamento em ambas as dire??es.

Sem essa anula??o m¨²tua, os jogadores poderiam recuperar suas perdas enquanto ret¨ºm seus ganhos, efetivamente permitindo que eles “participem de jogos proibidos com impunidade.” O objetivo principal desta proibi??o legal ¨¦ minimizar o apelo de participar em jogos de azar ilegais. Ao exigir que os jogadores devolvam seus ganhos, a lei efetivamente reduz esse incentivo.

O tribunal tamb¨¦m observou que a jogadora havia ignorado os limites de aposta, o que contribuiu para sua decis?o de evitar estabelecer um precedente que pudesse encorajar outros a contestar suas perdas em situa??es semelhantes.

O tribunal esclareceu que sua decis?o n?o tinha como objetivo proteger os interesses do operador n?o licenciado, mas sim preservar a integridade das regulamenta??es de jogos da ?ustria.

“Uma op??o unilateral para os jogadores recuperarem suas perdas tornaria ainda menos vantajoso para os operadores oferecer jogos proibidos no mercado. No entanto, se o operador tamb¨¦m puder recuperar os ganhos pagos ilegalmente, isso desencorajar¨¢ os jogadores de jogar com tais operadores”, explicou o juiz.

Implica??es mais amplas?

Esta decis?o pode ter implica??es de longo alcance, especialmente em outros pa¨ªses europeus com disputas legais semelhantes. Por exemplo, a Alemanha est¨¢ atualmente lidando com um caso que questiona se os operadores de apostas esportivas devem reembolsar os jogadores por perdas ocorridas antes de o pa¨ªs ter regulamentado o mercado. O caso foi encaminhado ao Tribunal de Justi?a da Uni?o Europeia (TJUE), que poderia influenciar casos semelhantes em toda a Europa.

PR?XIMOS PASSOS: A Confer¨ºncia SiGMA Leste Europeu, patrocinada pela Soft2Bet, acontecer¨¢ em Budapeste de 2-4 de setembro de 2024.