Apenas 12% dos jogadores sul-africanos buscaram ajuda ¡ª v¨ªcio em jogos?

Mercy Mutiria
Escrito por Mercy Mutiria
Traduzido por Thawanny de Carvalho Rodrigues

Um relat¨®rio da InfoQuest revela que os jogadores sul-africanos est?o sob uma press?o financeira cada vez maior. De acordo com a pesquisa realizada em abril de 2025, 63% dos jogadores utilizam dinheiro destinado a necessidades essenciais, como alimenta??o, aluguel ou poupan?a. Para muitos, o jogo deixou de ser uma atividade de lazer e passou a ser uma despesa mensal rotineira ¡ª metade dos entrevistados afirmou que inclui o jogo no or?amento, tratando as apostas com a mesma seriedade que contas de servi?os b¨¢sicos.

Essa mudan?a traz consequ¨ºncias graves. Um em cada tr¨ºs jogadores declarou que usa seus ganhos para continuar apostando, alimentando um ciclo perigoso de tentativa de recuperar perdas. O endividamento para financiar apostas tamb¨¦m ¨¦ comum: 16% dos jogadores pesquisados admitiram j¨¢ ter recorrido a empr¨¦stimos para esse fim. A vergonha, a nega??o e o estigma que cercam esses comportamentos fazem com que a depend¨ºncia do jogo muitas vezes passe despercebida, ocultando a verdadeira dimens?o da crise..

O impacto psicol¨®gico e a perda de controle

O estresse financeiro geralmente reflete um estresse emocional. , mesmo quando n?o tinham dinheiro. Os jovens adultos, especialmente aqueles na faixa et¨¢ria de 18 a 34 anos, s?o os mais vulner¨¢veis, tanto pela dificuldade em controlar seus h¨¢bitos de jogo quanto pela tend¨ºncia a perseguir perdas. Esse colapso do autocontrole n?o apenas compromete o bem-estar mental, mas tamb¨¦m exp?e as pessoas a ciclos de endividamento com efeitos devastadores sobre fam¨ªlias e a sociedade.

A busca por ajuda permanece alarmantemente baixa

Apesar de sinais de alerta claros, poucos jogadores procuram ajuda. ¡°Apenas 12% j¨¢ pediram ajuda. Apenas 7% est?o atualmente buscando apoio. Outros 10% pensaram nisso, mas n?o tomaram nenhuma iniciativa. Isso deixa 67% ¡ª a esmagadora maioria ¡ª que nunca sequer consideraram procurar ajuda.¡± Entre os que buscaram aux¨ªlio, a maioria recorreu ¨¤ fam¨ªlia ou amigos, em vez de profissionais, o que evidencia uma ampla incerteza sobre onde encontrar suporte adequado.

Estigma cultural e ceticismo

Na ?frica do Sul, os servi?os de apoio ¨¤ sa¨²de mental e comportamental ainda carregam um estigma, agravado quando associados ao jogo. Muitos n?o acreditam que a ajuda trar¨¢ resultados; outros simplesmente desconhecem a exist¨ºncia de servi?os dispon¨ªveis. Uma enquete realizada no LinkedIn pelo autor do relat¨®rio perguntou: ¡°Qual ¨¦ a maneira mais eficaz de promover o jogo respons¨¢vel?¡± Entre 49 votos, 39% escolheram mensagens e limites de gastos dentro do pr¨®prio jogo; conte¨²dos educativos ficaram em segundo lugar, com 29%; regulamenta??o foi a escolha de 24%; e apenas 8% dos respondentes optaram pelas ferramentas de autoexclus?o. Esse ¨ªndice de 8% sugere uma descren?a arraigada nas medidas de autocontrole e a percep??o de que as ferramentas de apoio s?o meros ¡°exerc¨ªcios de rela??es p¨²blicas¡±, e n?o verdadeiras redes de seguran?a.

Li??es da experi¨ºncia internacional

Al¨¦m da ?frica do Sul, h¨¢ ceticismo em rela??o ¨¤s ferramentas de jogo respons¨¢vel em n¨ªvel global. Um constatou que muitos jogadores acreditam que as ferramentas oferecidas pelos operadores n?o s?o genu¨ªnas. Elas s?o vistas como conflituosas com os interesses comerciais das empresas, enfraquecendo programas de autoexclus?o e limites de gastos. Construir confian?a nessas op??es de suporte ser¨¢ fundamental para que as pessoas prejudicadas possam buscar ajuda antes que atinjam um ponto cr¨ªtico.

Jogo respons¨¢vel: um caminho a seguir

Os dados exigem mais do que ajustes regulat¨®rios; pedem interven??es emp¨¢ticas, vis¨ªveis e pr¨¢ticas. A mensagem sobre jogo respons¨¢vel deve ir al¨¦m das letras mi¨²das ¡ª precisa ser integrada ¨¤ experi¨ºncia do jogador, com orienta??es claras e acess¨ªveis. Programas de autoexclus?o devem ser f¨¢ceis de encontrar, simples de usar e acompanhados da garantia de que buscar ajuda n?o ¨¦ motivo de vergonha. As campanhas educativas devem ultrapassar os slogans, oferecendo exemplos reais, ferramentas pr¨¢ticas de or?amento e hist¨®rias de recupera??o que ressoem com o cotidiano dos sul-africanos.

O potencial da ind¨²stria africana e sua responsabilidade

? medida que os mercados de jogos evoluem por toda a ?frica, os riscos ultrapassam as fronteiras nacionais. A crescente conectividade digital do continente e as popula??es que priorizam o uso de dispositivos m¨®veis oferecem oportunidades de crescimento enormes. No entanto, sem pr¨¢ticas respons¨¢veis, esse potencial pode gerar danos sociais e econ?micos ainda maiores. L¨ªderes do setor, reguladores e a sociedade civil precisam colaborar em uma abordagem equilibrada: uma que permita inova??o nas apostas esportivas e nos jogos online, enquanto prioriza a prote??o do consumidor e o fortalecimento da infraestrutura de apoio.

Os n¨²meros n?o mentem: os jogadores sul-africanos est?o arriscando bens essenciais, perdendo o autocontrole e raramente pedindo ajuda. S¨® ser¨¢ poss¨ªvel evitar uma crise ainda maior se normalizarmos o apoio, eliminarmos o estigma e criarmos ferramentas nas quais as pessoas confiem.

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